Os metroviários de Pernambuco decidiram por um novo indicativo de greve para o próximo dia 22 de agosto. O Metrô do Recife, que transporta diariamente cerca de 200 mil pessoas no Recife e Região Metropolitana, poderá ter suas operações interrompidas caso as demandas da categoria não sejam atendidas.
Reunião Decisiva
Liderada pelo Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), a reunião, que ocorreu em frente à Estação Recife na noite desta quinta-feira (25), definiu a manutenção do estado indicativo de greve. A categoria continua em negociações com o Governo Federal visando a retirada do sistema de metrô do Programa Nacional de Desestatização (PND), além de garantir avanços no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2025 e no Acordo Coletivo Especial (ACE).
Estado de Alerta
"Estamos em um estado indicativo de greve; é um alerta. A qualquer momento, a gente pode entrar em greve, caso a gente veja uma movimentação contrária na perspectiva de privatizar", declarou Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE. Apesar do clima de tensão, desde a última assembleia, realizada no dia 9 de julho, o sindicato afirmou ter conquistado alguns avanços, especialmente quanto ao ACE e à retirada do sistema público de metrô da PND.
Avanços Conquistados
"O que houve foi um requerimento enviado pela Câmara Municipal para o Ministério das Cidades e foi acatado por lá. É positivo porque é a Câmara declarando que também quer a retirada da CBTU do PND. Isso é um avanço no ponto de vista da organização", explicou Luiz Soares.
Próximos Passos
O debate com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), responsável pela celebração de contratos de parceria e de outras medidas de desestatização, será retomado após o recesso do Congresso Federal, que termina no dia 5 de agosto. "A gente tem uma sinalização que o processo estava saindo da PPI, indo para a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), onde eles vão devolver para a CBTU e aí só fica faltando assinar. Isso é positivo porque sai de um setor que estava sem nenhuma perspectiva", afirmou Luiz Soares.
Garantias de Emprego e Investimentos
Para os metroviários, o acerto do Acordo Coletivo Especial (ACE) representa uma garantia de não demissão dos funcionários. A retirada do sistema do Plano Nacional de Desestatização (PND) permitiria novos investimentos no setor. "O ACE é um acordo que garante a movimentação dos trabalhadores para outro órgão, caso a CBTU seja concedida ou privatizada. Caso seja feita a venda, os trabalhadores podem ser demitidos sem nenhuma perspectiva", explicou Soares. "Com a retirada da CBTU do PND, garante o investimento para recuperar o sistema e também para que possamos fazer concursos públicos para recuperar nossa capacidade de mão de obra, que foi defasada por conta do Programa de Demissão Voluntária (PDV)", observou.
Acordo Trabalhista
Além das questões estruturais, os metroviários irão a Brasília nesta sexta-feira (26) para tratar do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para o biênio 2024/2025. A categoria busca garantias sociais e melhorias nas condições de trabalho. "Todo ano, a gente tem que discutir o aumento salarial e as causas sociais. Estamos tentando avançar na cláusula da cesta básica, que é de R$ 300 e queremos elevar para R$ 450", informou Soares. "Se a gente avançar nisso, será importante porque vamos também garantir o Acordo Coletivo Especial, permitindo a garantia dos empregos por, pelo menos, dois anos", concluiu.
Conclusão
A mobilização dos metroviários de Pernambuco reflete a importância de negociações justas e investimentos adequados para a manutenção e melhoria do transporte público. A decisão por um novo indicativo de greve em 22 de agosto coloca em evidência as demandas da categoria e a necessidade de um diálogo efetivo com o Governo Federal para evitar maiores transtornos à população que depende diariamente do Metrô do Recife.
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